O consumo abusivo de álcool entre as mulheres aumentou de 7,7% para 11% nos últimos 13
anos, uma variação maior do que a registrada entre os homens no mesmo período. Os dados
são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por
Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018.
Apesar de o aumento maior ter sido registrado entre as mulheres, os homens são ainda o
grupo com maior incidência do consumo excessivo de álcool. Em 2018, 26% deles disseram
que fizeram uso abusivo de bebidas, contra 24,8% em 2006.
A pesquisa considera como uso abusivo de álcool a ingestão de quatro ou mais doses entre as
mulheres e cinco ou mais doses de bebidas alcoólicas entre os homens, em uma mesma
ocasião, nos últimos 30 dias.
"O consumo abusivo de álcool entre as mulheres teve um aumento expressivo, também de
mudanças comportamentais, relacionamento, as mulheres estão consumindo mais álcool,
estão trabalhando mais também, estão com uma vida social muito mais ativa e eu acho que a
melhor estratégia é informação, explicar os malefícios do álcool para um consumo regular mais
sustentável", disse Wanderson Kléber de Oliveira, Secretário de Vigilância em Saúde Ministério
da Saúde.
O metabolismo do álcool nas mulheres não é igual ao dos homens. Se administrarmos para
dois indivíduos de sexos opostos a mesma dose ajustada de acordo com o peso corpóreo, a
mulher apresentará níveis alcoólicos mais elevados no sangue. A fragilidade aos efeitos
embriagadores do álcool no sexo feminino é explicada pela maior proporção de tecido
gorduroso no corpo das mulheres, por variações na absorção de álcool no decorrer do ciclo
menstrual e por diferenças entre os dois sexos na concentração gástrica de desidrogenase
alcoólica (enzima crucial para o metabolismo do álcool).
Por essas razões, as mulheres ficam embriagadas com doses mais baixas e progridem mais
rapidamente para o alcoolismo crônico e suas complicações médicas.
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