De acordo com pesquisa realizada pela escola de medicina da NYU (New York University), cerca de 10% dos indivíduos acima de 65 anos bebem pesadamente, se expondo a uma série de doenças. O estudo, feito em parceria com o Center for Drug Use e publicado no “Journal of the American Geriatrics Society”, também mostrou que homens, fumantes e usuários de maconha são os que mais apresentam esse tipo de comportamento.
Beber sem moderação é ruim em todas as idades, mas as complicações são maiores na velhice, a começar pelo risco aumentado para quedas. Some-se a isso a presença de doenças crônicas e o uso de medicamentos. Ainda assim, são poucas as pesquisas sobre o tema. Para o médico Benjamin Han, autor do estudo e professor de geriatria e cuidados paliativos, “beber em grande quantidade, mesmo que episodicamente, pode ter um efeito negativo significativo para os mais velhos, por causa da interação com a medicação e o risco de exacerbar as enfermidades existentes”.
Os pesquisadores analisaram os dados de dez mil adultos acima dos 65 anos que participaram de levantamentos nacionais sobre saúde entre 2015 e 2017. O critério utilizado foi a prevalência de uso pesado de álcool numa só ocasião no mês anterior: o equivalente a cinco drinques para os homens e quatro para as mulheres. Os autores estimaram em 10.6% os idosos que beberam em excesso de uma tacada, o que representou um aumento em relação a estudos anteriores: entre 2005 e 2014, essa porcentagem ficava entre 7.7% e 9%.
A doença crônica mais comum entre os bebedores era a hipertensão (41,4%), seguida de cardiopatia (23.1%) e diabetes (17,7%). Esse é o tipo de achado que deve servir de alerta para os clínicos, porque o uso do álcool pode agravar o quadro. Os pesquisadores acreditam que boa parte dos idosos não tem uma noção precisa de que isso significa um risco maior em sua idade e ainda se depararam com o crescimento do consumo de bebida e maconha. “Essa é uma associação com implicações sérias”, afirmou o médico Joseph Palamar. (Fonte: G1)
Comentários