Não se trata apenas de uma leve pressão: tem
gente que range mesmo os dentes e acaba forçando
esse contato entre eles. E não importa se
silenciosamente ou produzindo sons: as pessoas
podem fazer isso de forma involuntária e até
durante o sono!
Essa condição, que pode trazer dores e sofrimento
para os pacientes, é chamada de bruxismo. “É uma
contração quase rítmica dos músculos da
mandíbula, que podem ser apertados e ficar
doloridos. Sabe aquele ‘estalo’ quando você mexe a
articulação da região?”, explica, de forma didática, a
Dra. Adriana Canassa, especialista em ortodontia.
Segundo ela, as causas são inconclusivas. Mas
acredita-se que o estresse psicológico do dia a dia,
ou acarretado por uma situação atípica de
inquietação ou sofrimento, são as mais comuns. “O
ambiente em que você vive, sua interação com a
família, os desafios que precisam ser enfrentados
na rotina… tudo isso contribui para o
desenvolvimento do bruxismo”, conta.
Mas não só. Para Adriana, alimentos consumidos,
número de horas dormidas todas as noites e até o
nível de preparo físico acabam se transformando
em possíveis causas do problema. “Tudo isso se
reflete em nosso equilíbrio emocional, em nosso
bem-estar, não tem jeito. E se algo estiver
ligeiramente fora de compasso, os impactos são
inevitáveis”.
A especialista aponta que alguns sinais são dados
pelo corpo, ainda no início de tudo. “Estalos
constantes na região temporomandibular, dores
prolongadas nos músculos do rosto, dentes e
restaurações danificados sem razão aparente,
gengiva afetada ou ferida, dores de cabeça e
inchaço na mandíbula podem ser um alerta
importante”.
Sem o tratamento, pode ocorrer o desgaste do
esmalte dentário e dentina, quebra de dentes e
próteses, sensibilidade excessiva, dores nos dentes,
face e cabeça, além de uma imensa fadiga, ela
explica.
Mas calma, há solução para o problema! “Um
dentista especializado precisa, antes de tudo,
determinar as causas naquele paciente. Poderá
haver a recomendação do uso de placas oclusais,
que evitam a pressão e o ato de ranger durante a
noite, além de medicamentos específicos, para os
casos mais graves”, diz Adriana.
Mas o mais importante, segundo ela, é reduzir o
nível de estresse para que o bruxismo dê trégua e
as dores cessem. “É um cuidado diferente que se
tem. Claro, evitar alimentos e bebidas que
contenham cafeína ou álcool e mastigação muito
forte, além de fazer exercícios para relaxar os
músculos maxilares, ao longo do dia. Mas essas
recomendações não serão suficientes se não houver
uma busca pela qualidade de vida e pelo bem estar
de quem está na cadeira”, conclui.
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