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SAÚDE EM FOCO

Em vez de reduzir danos, maconha pode piorar vício em cocaína e crack, diz estudo

Pessoas com dependência em cocaína e crack
por vezes associam fumar maconha a uma
forma de atenuar a ;fissura, ou ansiedade, por
aquelas drogas. Essa associação já foi inclusive
endossada no passado por pesquisas científicas
e profissionais de saúde como estratégia de
redução de danos.

Mas não é o que indicam agora pesquisadores
da Universidade de São Paulo em um artigo
publicado em dezembro no periódico
internacional ;Drug and Alcohol Dependence.

Acompanhando o histórico de 123 pessoas em
etapas de um, três e seis meses — 63
dependentes de cocaína e usuários recreativos
de maconha; 24 dependentes de cocaína,
apenas; e 36 voluntários saudáveis, sem
histórico de uso de drogas, compondo um
grupo controle —, os autores afirmam
praticamente ;o uso da maconha fumada como estratégia

de tratamento para
dependentes de cocaína.

Isto porque, a médio e longo prazo, a
associação entre essas drogas mostrou maior
propensão à recaída e piora em capacidades
cognitivas, como na atenção e memória. Mas
não descartam, porém, o potencial de
exploração para tratamento da dependência
em cocaína de uma substância específica da
maconha, o canabidiol. Isolado, este
componente tem demonstrado efeito
terapêutico para outros usos.

Apesar de ser focar dependentes de cocaína
(ou crack, originado da mesma planta, mas
fumado), os pesquisadores da USP dizem que
seus resultados têm ressonância no uso
recreativo da maconha pelo público em geral e
seus efeitos psiquiátricos. (Informações G1)

A cocaína está no grupo das substâncias
denominadas estimulantes, como a
metanfetamina e outros sintéticos. Já a
maconha tem uma classificação de droga
perturbadora da atividade mental, que pode
produzir efeitos psicóticos, mas cujo uso é
associado a uma sensação de relaxamento, de
diminuição da ansiedade. São efeitos
encarados como complementares, portanto a
frequência que vemos dos usuários associarem
essas substâncias, explica Hercílio Pereira de
Oliveira Júnior, primeiro autor do artigo,
doutor e pesquisador em psiquiatria na
Faculdade de Medicina da USP.

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