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SAÚDE EM FOCO
Refluxo e azia Problemas relacionados ao exagero na hora de comer (parte 2)
De acordo com a gastroenterologista Paula Volpe, o estômago é uma estrutura similar a uma câmara, que deve ficar sempre vazia. Para isso, utiliza um ácido, chamado suco gástrico, que ajuda o processo de digestão.
Esse ácido é liberado de acordo com a quantidade de comida ingerida. Ou seja, comendo em excesso, você expõe seu sistema digestivo a quadros de refluxo (volta do suco gástrico para o esôfago), que pode causar azia e sensação de queimação – especialmente quando há a ingestão de comidas gordurosas, apimentadas ou muito condimentadas.
Perda da autorregulação do apetite
Comer muito é uma prática diretamente relacionada ao hábito de comer rápido. “Isso acontece porque o estômago precisa de um tempo para enviar uma mensagem ao cérebro dizendo que está satisfeito, promovendo a sensação de saciedade”, esclarece a médica Paula Volpe.
Consumindo os alimentos rapidamente, você só recebe essa mensagem depois que ultrapassou a quantidade de comida que realmente precisava. Além de perder a noção da saciedade, ao fazer isso com certa frequência, é possível prejudicar sua autorregulação do apetite – o que, a longo prazo, pode se converter em uma atitude compulsiva, levando a distúrbios a alimentares.
Estômago sobrecarregado
O estômago é altamente elástico, formando um novo “molde” conforme a quantidade de comida que você ingere. Mas é preciso respeitar as limitações dessa flexibilidade do órgão.
Como pessoas que comem demais tendem a comer muito rápido, o estômago não consegue expandir na velocidade necessária, então, você passa mal e vomita. “Esse comportamento é muito comum em pessoas ansiosas e compulsivas e, por isso, a análise do órgão pode ajudar no diagnóstico de problemas emocionais”, afirma Paula Volpe.
Sobrepeso e obesidade
O corpo funciona como uma balança. Assim, se você consome mais calorias do que precisa, não terá outra opção a não ser engordar. “Comer em excesso sempre deixa essa balança descompensada, podendo levar ao desenvolvimento de sobrepeso e obesidade”, afirma o endocrinologista Frederico Marchisotti.
A predisposição genética também é um fator importante nesse processo. Entretanto, cultivando hábitos saudáveis, é possível driblar essa tendência e viver com mais saúde.
Atalho para doenças
Como dito, uma das consequências direta da ingestão excessiva de alimentos é a obesidade. Porém, essa doença é um importante fator de risco para inúmeras outras. “Diabetes, doenças cardiovasculares, pressão alta e outros muitos problemas podem surgir por causa desse hábito. Quando o paciente se der conta disso, pode ser tarde demais”, alerta a gastroenterologista Paula Volpe.
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