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Disparada no preço do carros e alta dos combustíveis alavancam venda de motos em Minas
A combinação envolvendo a disparada no preço de carros novos e usados, as constantes altas dos combustíveis e, ainda, o crescimento do mercado de entregas na pandemia de Covid-19 resultou em uma forte comercialização de motos nos últimos meses. Para se ter uma ideia, o emplacamento de motocicletas no Estado de Minas Gerais registrou, nos últimos 12 meses, uma elevação de 32,2%, conforme dados da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito).
No mesmo período, a quantidade de carros emplacados em Minas caiu 7,57% e o número geral de novos veículos registrados no Estado teve uma queda de 5,9%. A redução na quantidade de outros tipos de automóveis e o crescimento das motocicletas fez com que este tipo de veículo represente, hoje, 37,8% da frota mineira.
O número de motocicletas em circulação fez crescer também a quantidade de condutores desse tipo de veículo. Em Minas Gerais, entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2022, houve um aumento de 3,6% na quantidade de motoristas habilitados para motocicletas.
“Os consumidores brasileiros reconhecem na motocicleta um veículo ágil, econômico, com preço acessível e baixo custo de manutenção e com a escalada dos preços dos combustíveis esses benefícios ficaram ainda mais evidentes”, afirma Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).
Segundo projeções da entidade, as vendas de motocicletas tiveram alta de 76% na comparação entre março de 2021 e março de 2022. Ainda de acordo com a Abraciclo, o mercado de motocicletas tem previsão de produzir 1,2 milhão de unidades neste ano, o que representa um crescimento de 7,9% em relação ao ano passado.
Delivery
Relatório desenvolvido pela DataHub, plataforma de análise de dados, revela um aumento de 76,6% nas aberturas de empresas de entrega de comida no Brasil entre 2019 e 2021, o que explica em parte o avanço na venda de motocicletas nos últimos dois anos. Antônio de Pádua veio de Salvador (BA) e trabalhava como garçom em Belo Horizonte até o início da pandemia. Com o fechamento do comércio, a situação econômica apertou e ele buscou na moto uma alternativa para garantir a renda no fim de mês. “A moto foi a melhor alternativa que eu encontrei. Queria terminar de construir minha casa, precisava garantir renda e a moto, além de garantir isso, ser motoboy ainda se mostrou um serviço gratificante”, afirmou.
Ele adquiriu a moto ano passado por R$14 mil através de consórcio e hoje presta serviços para várias empresas de delivery. Ele não revela quanto ganha, mas afirma que hoje paga todas as contas e ainda consegue fazer planos.
Diego Fernandes, que também é motoboy, afirma que os custos para trabalhar estão elevados, mas ainda são a melhor alternativa. “O combustível subiu, o preço da moto subiu, o custo de manutenção subiu e as taxas repassadas pelas empresas de aplicativo passou de R$8 para R$6,50 no valor mínimo da entrega. Muitas pessoas não largam, pois ser motoboy ainda é a melhor alternativa”, afirmou.
Fonte:hojeemdia.com
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