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Mortes por Covid-19 em Minas voltam a preocupar em 2022

Mesmo com aumento da vacinação e maior controle da pandemia de Covid-19, o número de óbitos em Minas ainda não retornou ao patamar anterior à crise sanitária no país.

Levantamento inédito junto aos cartórios de registro civil do Estado aponta que, em números absolutos, foram registrados entre janeiro e outubro de 2022, 136.984 mortes, número 15,7% maior que os 118.348 ocorridos nos 10 primeiros meses de 2019 – antes da chegada do novo coronavírus.

O alto número de óbitos em 2022 chama mais atenção ainda quando comparado à média de mortes ano a ano em Minas – que variou, em média, 1,7% entre 2010 e 2019. Destes anos, 2016 foi o que teve mais mortes, com crescimento de 3,7%. Depois foi em 2021, auge da pandemia no Brasil, com óbitos que cresceram 33,4% de um ano para o outro.

Dados dos cartórios

Os dados constam no Portal de Transparência do Registro Civil, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 cartórios de registro civil, presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros, e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.

“Os números dos cartórios de registro civil mostram a realidade vivenciada pelos cidadãos mineiros. Ainda que os casos de Covid-19 tenham diminuído, há o aumento de outras doenças cardiorrespiratórias, que podem ser causadas por sequelas do vírus. Com os dados coletados pelos Cartórios, é possível pensar em políticas públicas para prevenção a essas doenças”, disse Genilson Gomes, presidente do Sindicato dos Oficiais de Registro Civil de Minas Gerais (Recivil).

Sequelas

Para a Coordenadora da Vigilância epidemiológica e Imunização de Montes Claros, Aline Lara Cavalcante Oliva, o fato de ter aumentado o número de mortes por essas doenças, é que antes da Covid-19 as pessoas se preocupavam mais em cuidar da saúde.

“Por exemplo, o hipertenso e o diabético. Eles faziam atividade física, pensavam mais na alimentação. Com a Covid-19, as pessoas ficaram muito tempo isoladas e mais ociosas. Então, as doenças ficaram mais descompensadas”, explica Aline.

Ela destaca que algumas são sequelas da Covid-19.

“Tem pacientes que antes não tinha cardiopatia, diabetes e que, pós-Covid, começaram a apresentar níveis diferentes de glicose e também batimentos cardíacos. O coração foi sobrecarregado por causa da doença”, ressalta.

O conselho que Aline dá a população, é que pratique atividade física, que alimente de forma saudável, repouso e descanso para uma vida saudável.

“Porque aí a recuperação da doença é bem mais rápida”, destaca.

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