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Minas recebeu só 5% das doses contra Covid necessárias para proteger crianças menores de 3 anos
A vacinação em Minas de crianças de 6 meses a 2 anos e 11 meses contra a Covid está comprometida devido à falta de imunizantes.
O Estado recebeu apenas 5% das doses necessárias para completar o esquema vacinal, que é realizado com a Pfizer Baby. Sem estoque, estão sendo priorizados os grupos de risco. Médicos alertam que a proteção precisa ser levada para todo o público, e com urgência.
Minas precisa de 2 milhões de doses, mas só chegaram 100 mil, conforme informou o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti. De acordo ele, o governo federal decidiu imunizar apenas as que têm comorbidades. A medida foi criticada.
“Nosso entendimento é outro, todo mundo tem que se vacinar. Mas são tão poucas vacinas que temos mais procura do que vacina, mas é pela quantidade”, afirma Baccheretti.
O secretário ressalta, no entanto, que o Conselho Nacional de Secretários de Saúde – no qual ele é vice-presidente – tem cobrado a compra de imunizantes, inclusive, junto à equipe de transição formada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Há um mês colocamos pontos principais e, em relação à vacina, foi aceito na hora. Já solicitamos a compra. Eles concordaram, já anunciaram que farão essas ações. Então, obtivemos sucesso e aprovação da equipe de transição”, disse.
Risco
Baccheretti afirma que a imunização das crianças precisa ocorrer antes do período sazonal, marcado pelo surgimento de outros vírus respiratórios. “Estamos pedindo mais vacinas porque não podemos perder a oportunidade. Quando falo de bronquiolite, ela pega essas crianças até 2 anos, é justamente o público que estamos bem ruins de imunização da Covid, então essas crianças são suscetíveis à gripe, bronquiolite e Covid”.
O infectologista Carlos Starling, que integrou o extinto Comitê de Enfrentamento ao coronavírus da prefeitura de BH, também aponta a gravidade da falta de imunizantes.
“Mais uma vez, o atual governo federal nos abandonou à própria sorte. A cobertura vacinal em crianças, principalmente as menores de 5 anos, encontra-se longe do ideal. Neste caso, mais uma negligência. Não temos vacina em quantidade suficiente para vacinar todas. A política de se vacinar apenas os mais vulneráveis com doenças de base é injustificável e imoral”, critica.
Segundo o especialista, 40% das crianças sem comorbidades têm as formas graves da doença e necessitam de internação hospitalar.
“Ou seja, são crianças previamente sadias. Por outro lado, nossa estrutura de atenção pediátrica piorou muito nos últimos anos. Esses fatores têm sido responsáveis por termos uma das maiores mortalidades infantis do mundo por Covid -19. Cerca de 15 a 20 vezes maior que a dos EUA e do Reino Unido. Um crime diante de nossos olhos”, alerta.
Resposta
Por nota, o Ministério da Saúde informou que com o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), a ampliação das doses para esse grupo infantil passou a ser avaliada de forma prioritária pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).
“Cabe reforçar que a pasta está em processo de aquisição de mais doses da vacina Pfizer Baby com previsão de entrega para o mês de janeiro”.
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