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Quase 200 crianças e adolescentes esperam por transplantes em Minas
Doação de órgãos representa esperança e perspectiva de futuro para famílias
Nada menos 181 crianças e adolescentes aguardam por transplantes de órgão ou tecidos em Minas. O número é três vezes maior do que o total de procedimentos realizados neste ano em jovens de até 17 anos. Ao todo, foram 59 cirurgias. As doações seguem abaixo do necessário para assegurar a vida das pessoas dessa faixa etária.
De 2019 a 2022, foram realizados 282 transplantes nesse grupo de idades – uma média de 70 cirurgias por ano.
A fisioterapeuta e professora de balé Tatiana Aparecida Figueiredo Camargos, de 43 anos, é mãe da Maria Alice, 12. Com apenas 6 anos, a menina foi submetida a um transplante de coração, por ter nascido com miocardiopatia restritiva (doença que causa insuficiência cardíaca).
“Sempre fui a favor da doação de órgãos, mas não conhecia o suficiente sobre o assunto. Por isso, acredito que campanhas de conscientização são o primeiro passo para o aumento das doações”, avalia.
Tatiana usa as redes sociais como instrumento de ajuda para o processo de esclarecimento das pessoas sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. Além do universo digital, também tem o hábito de falar sobre o assunto em seu círculo de amizades, no trabalho e na família.
Segundo ela, Maria Alice é grata pela doação recebida, tem orgulho da cicatriz e entende a importância dos transplantes de órgãos e tecidos, bem como o papel da doação para mudar a realidade das pessoas que aguardam por sua vez na lista de espera.
Tatiana fala da angústia vivida ao longo da trajetória percorrida por sua única filha até o momento da cirurgia. “É muito difícil, o chão se abre. Maria estava muito limitada: não podia correr, brincar ou se exercitar”, recorda a mãe, mais de seis anos após o transplante de sua “Maria Corajosa”, realizado em junho de 2017.
MG Transplantes
A doação de órgãos e a destinação para transplantes é coordenada, em Minas, pelo MG Transplantes, da Rede Fhemig, que é responsável pela captação e distribuição de órgãos em todo o Estado, por meio da central estadual de transplantes (CET). Até o dia 26 deste mês, mais de 6,5 mil pessoas aguardavam a oportunidade de receber um órgão e poder contar suas vitórias como as três meninas.
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