DestaqueInformação

Falta de insumos e juros altos ligam alerta na indústria da construção civil

Pelo sétimo trimestre consecutivo a falta de insumos é apontada como o principal problema enfrentado pela cadeia da construção civil, aponta levantamento realizado pela Cbic (Câmara Brasileira da Construção Civil) referente ao ambiente do setor no primeiro trimestre deste ano. O estudo mostra ainda que um outro problema chegou com força no topo das preocupações dos construtores: a escalada dos juros.

“A gente já convivia com problemas crônicos como a alta carga tributária e o aumento dos insumos, mas agora a elevação da taxa de juros também entrou no radar como um problema grande para o setor”, afirmou José Carlos Martins, presidente da Cbic, ao comentar os resultados do estudo “Desempenho Econômico da Indústria da Construção – primeiro trimestre de 2022”, divulgado pela Cbic na segunda-feira (25).

Apesar da falta ou alto custo da matéria-prima ter registrado, nos primeiros três meses de 2022, o menor patamar dos últimos cinco trimestres, permanece como o principal problema para a construção, tendo sido citado por 46,7% dos empresários. Já a falta ou alto custo de trabalhador qualificado foi relatada por 18,2%. De acordo com o estudo, este é o percentual mais alto desde o primeiro trimestre de 2015.

Mas, para 26,7% dos empresários ouvidos, o principal problema que estão enfrentando passou a ser os juros altos. Este é o maior patamar desde o segundo segundo trimestre de 2017 (27,9%). Em relação aos primeiros três meses de 2021, que era 11,6% pontos, a alta foi de 15,1 pontos percentuais. Este foi o problema que apresentou o maior incremento, na comparação do primeiro trimestre de 2022 em relação a igual período do ano anterior.
Do patamar de 2% há um ano, a taxa Selic vem sofrendo uma sequência de altas e hoje está em 11,75%. A elevação dos juros é o principal mecanismo do Banco Central para tentar frear a inflação, que em 2021 fechou em 10,06%.

Contudo, apesar do alto custo dos insumos, o estudo aponta que a confiança do empresário do setor se mantém em patamar elevado. O Índice de Confiança do Empresário da Construção em abril deste ano chegou a 55,5 pontos. Em relação ao mês de março, o indicador manteve estabilidade (55,3 pontos).

Empregabilidade

A queda de repasses para o programa Casa Verde e Amarela, que sucedeu o Minha Casa Minha Vida, prejudicou a geração de empregos no setor, afirma José Carlos Martins, presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). “A alta dos juros não impacta tanto no FGTS por conta da taxa fixa, mas o aumento dos insumos, sim. As famílias estão perdendo a capacidade de compra de imóveis por conta desses aumentos. Nos estados onde não houve resultado positivo foi por esta razão. O Casa Verde Amarela já chegou a representar 75% das vendas e agora, em alguns estados, está limitado a 40%”, destacou Martins, referindo-se ao Amapá, Tocantins, Maranhão e Pará, que não registraram resultados positivos no mercado de trabalho formal da construção no primeiro bimestre deste ano, ao contrário dos demais que apontaram crescimento.

Segundo dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, o setor chegou a 2.383.803 trabalhadores com carteira assinada em fevereiro deste ano, voltando ao patamar de março de 2016.

Em fevereiro o setor registrou o maior saldo de novas vagas dos últimos 11 meses, abrindo 39.453 novos postos de trabalho. Considerando o período de junho de 2020 a fevereiro de 2021, a construção apresentou saldos negativos somente em dezembro de 2020 e de 2021, quando é considerado efeito sazonal. Contudo, a informalidade ainda é elevada no setor. A Pnad Contínua mostra que o número total de ocupações na construção, considerando formais e informais, chega a 7,2 milhões.

 

 

Fonte:hojeemdia.com

Comentários

Artigos Relacionados

Fechar