SAÚDE EM FOCO

A cleptomania é um transtorno caracterizado pela dificuldade em controlar impulsos, levando a um forte desejo de cometer furtos e ao alívio temporário da tensão emocional que precede o roubo. Esses atos podem abranger desde objetos de alto valor monetário a itens pequenos que, muitas vezes, não possuem valor comercial ou utilidade aparente para o paciente.

As causas da cleptomania ainda não são totalmente conhecidas, mas especialistas associam a doença a um desequilíbrio nos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar, como a serotonina e a dopamina.

Dentre os principais sintomas de cleptomania, é possível destacar:

Desejo quase incontrolável de furtar objetos sem utilidade

Vontade de roubar objetos de alto valor

Necessidade de acumular diversos objetos com ou sem utilidade ou valor emocional

Medo extremo de ser descoberto

Ansiedade, tensão e angústia antes de furtar

Prazer e alívio após durante o furto

Sentimento de vergonha, culpa e tristeza após o furto

Isolamento social

O diagnóstico da doença

Conforme o manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5), os critérios de diagnóstico para cleptomania incluem:

Falha constante em resistir a impulsos de furtar objetos desnecessários para uso pessoal ou sem valor monetário

Sensações de tensão e prazer antes e durante o ato de furto

O furto não é motivado por expressões de raiva ou vingança, e não ocorre por  delírios ou alucinações

O paciente tende a colecionar os objetos roubados e/ou devolvê-los disfarçadamente

O ato de furtar é realizado de forma independente, sem auxílio ou cooperação de outras pessoas

Buscando ajuda médica

O ato de furtar, quando relacionado à cleptomania, pode gerar um impacto negativo na vida do indivíduo diagnosticado, bem como em pessoas próximas a ele. Portanto, em caso de sintomas, é de suma importância que o paciente procure assistência médica precocemente para prevenir dificuldades nas relações interpessoais e possíveis problemas legais, e para que haja também a recuperação do equilíbrio emocional e bem-estar pessoal.

Tratamento

O tratamento da cleptomania, geralmente, envolve uma abordagem multifacetada, com foco na psicoterapia, conhecida como terapia cognitivo-comportamental. O objetivo principal é ajudar o indivíduo a controlar os impulsos de roubo compulsivo. Em casos mais severos, o uso de medicamentos, como antidepressivos, pode se fazer necessário — sempre com prescrição psiquiátrica.

Tem cura?

A cleptomania não tem cura, mas é um transtorno que, se tiver um acompanhamento médico adequado, pode permitir que o paciente viva de maneira saudável, sem maiores complicações.