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SAÚDE EM FOCO
Ser multitarefa. Bom ou ruim para o cérebro?
No mundo competitivo e atribulado de hoje, a capacidade de ser multitarefa — ou seja, de fazer várias coisas ao mesmo tempo — é vista como algo positivo. Mas o doutor Chanan Ranganath alerta que isso pode ser “muito ruim” para a memória.
O motivo? “O córtex pré-frontal nos ajuda a focar no que precisamos fazer para atingir nossos objetivos, mas esta habilidade maravilhosa fica prejudicada se pularmos continuamente de um objetivo para outro”, explica.
Segundo ele, existe em nosso cérebro uma competição entre os conjuntos de neurônios que participam de diferentes tarefas — e esta competição é o que dificulta que a gente realize várias tarefas ao mesmo tempo de maneira correta e eficiente.
Por isso, o neurocientista adverte que verificar o e-mail enquanto se assiste a uma palestra ou uma aula só vai levar a uma coisa: não se lembrar do que estava ouvindo inicialmente.
“Ao mudar de objetivo (começar a verificar o e-mail), os neurônios se distraem e registram memórias fragmentadas da conferência, porque você está usando muitas funções executivas para gerenciar a mudança de uma atividade para outra, e isso dificulta a formação de uma memória duradoura”, observa.
Mas, como acontece com toda regra, há pelo menos uma exceção: tarefas que estão associadas ou relacionadas.
“Se você está fazendo um bolo, tem que pré-aquecer o forno, e depois voltar a preparar a massa, ou algo do tipo. Mas se você juntar todas essas tarefas em uma grande tarefa, vai conseguir”, ilustra.
Para evitar ser multitarefa, Ranganath não apenas recomenda tentar terminar uma atividade antes de iniciar outra, como também evitar o que pode nos distrair do objetivo.
Assim, ele sugere colocar o celular no modo silencioso, principalmente as notificações de e-mail e mensagens, enquanto uma ação está sendo executada.
Também recomenda fazer pausas para sonhar acordado ou esticar as pernas.
A questão do tempo que gastamos verificando o celular também leva a outra pergunta: que efeitos isso vai ter para os jovens de hoje?
“Possivelmente haverá algumas consequências positivas, e outras negativas, mas o relevante é que eles estão desenvolvendo hábitos que não fazem bem à memória”, diz o especialista.
que eles estão desenvolvendo hábitos que não fazem bem à memória”, diz o especialista.
Um estudo publicado em 2023 revelou que adolescentes e crianças americanas passam entre cinco e oito horas por dia grudados no celular.
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