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SAÚDE EM FOCO

O chocolate pode mesmo te deixar mais feliz, saudável e inteligente?

Não são poucas as citações na mídia sobre os benefícios do chocolate: desde uma vida mais
calma até um coração mais saudável já foram atribuídos ao produto.
Alguns nutricionistas afirmam que comer chocolate amargo todo dia pode reduzir a pressão
sanguínea e beneficiar o coração. Também dizem que pode evitar alguns tipos de câncer,
derrames e até melhorar a memória.
O tipo importa?
"Atribuo todo meu sucesso essencialmente à grande quantidade de chocolate que consumo.
Acho que chocolate ao leite te deixa estúpido. Chocolate amargo é a chave. É algo que, se você
quer um prêmio Nobel de medicina ou de química, tudo bem, mas se você quer um prêmio
Nobel de física, tem que ser chocolate amargo mesmo", já disse Eric Cornell, vencedor do
Nobel de física em 2001.
Infelizmente a escolha de chocolate provavelmente não fará muita diferença quando se trata
do prêmio Nobel, mas fica a questão: o chocolate amargo é mesmo o melhor?

Os supostos benefícios do chocolate para a saúde e o cérebro são atribuídos, principalmente,
aos antioxidantes encontrados no cacau. No entanto, pelo fato de o cacau ser amargo,
frequentemente se adiciona leite e açúcar para fazer o chocolate, diluindo o conteúdo de
antioxidantes.
Também é preciso lembrar dos problemas causados pelo consumo de grandes quantidades de
calorias e açúcar.
Então a mensagem é: se você come chocolate, escolha o amargo, escuro. O ideal seria o que
tem 85% de cacau ou mais, que possui menos gordura e açúcar do que o chocolate ao leite.
Melhora o desempenho do cérebro?
Estudo publicado recentemente envolvendo cerca de mil pessoas descobriu a ligação entre
comer chocolate – não importando o tipo – pelo menos uma vez por semana e uma melhora na
memória e raciocínio abstrato.
Há razões para otimismo, mas a pesquisa não apontou categoricamente se comer chocolate
foi a causa da melhora.

Em outra pesquisa recente, descobriu-se que uma substância química encontrada no cacau e
no chocolate reduz a perda de memória relacionada à idade em adultos de 50 e 69 anos.
O estudo apontou que o antioxidante flavonol (uma classe de flavonoides) aumenta o fluxo
sanguíneo para uma região do cérebro que promove a memória. Cientistas estão animados
com a descoberta, pois é o primeiro indicador de que a dieta pode reverter o declínio na
memória e também reduzir a perda da memória.
Após consumir bebidas enriquecidas com flavonois por três meses, o desempenho das pessoas
neste grupo de idade em um teste de memória foi equivalente ao desempenho de pessoas
décadas mais jovens.
No entanto, apenas comer mais chocolate não vai proteger a memória, pois métodos usados
para processar o chocolate costumam remover a maior parte dos flavonois.
Uma barra de chocolate típica tem 40 mg destes flavonois, e a bebida usada na pesquisa
continha 900 mg. Seria necessário comer quantidades enormes de chocolate para obter algum
benefício.
E a saúde?
Acredita-se que os antioxidantes encontrados no cacau possam ter efeitos antiinflamatórios,
melhorando o fluxo sanguíneo e diminuindo o risco de doenças cardiovasculares.
Algumas pessoas também afirmam que o cacau protege contra o câncer e reduz o estresse.
Mas há a questão da validade de estudos que ligam o cacau à diminuição da pressão
sanguínea, e se há algum efeito para a saúde depois que o cacau é transformado em
chocolate.

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