No final do dia, o marido se dirige à esposa e diz: Hoje foi um daqueles terríveis dias comuns.
Acho muito interessante como temos uma visão errada sobre os dias comuns. Dias comuns são
aqueles dias em que tudo foi exatamente como sempre havia sido antes. Normalmente eles
são reconhecidos como tediosos e maçantes. Prefiro observar os dias comuns de forma
diferente (até porque a maior parte dos nossos dias são comuns, se eles forem chatos, a nossa
vida tende a ser uma chatice só!). Para mim, os dias comuns têm grande valor. Quer ver? Nos
dias comuns eu não estou doente nem estou com dor (quando tenho alguma dor, o dia não é
um dia comum). Nos dias comuns ninguém que eu amo faleceu ou está muito doente (quando
alguém que eu amo está sofrendo, os dias não são comuns). Nos dias comuns não perco o meu
emprego; nos dias comuns a minha vida não está envolvida em nenhum escândalo ou
catástrofe. Nos dias comuns as pessoas que eu amo também me amam e não estão de mal
comigo; nos dias comuns eu não passo fome e nem frio. Nos dias comuns eu não participo das
guerras e nem vejo a morte bem perto de mim; nos dias comuns o sol não provocou uma seca
e nem a chuva provocou uma enchente. Nos dias comuns não sou assaltado nem sequestrado;
nos dias comuns os amigos não me traem; nos dias comuns estou em paz. Viu? Dias comuns
podem se tornar tediosos, mas dias especiais (não comuns) podem ser muito difíceis e
sofridos. Por isso, prefiro os dias comuns e escolho valorizá-los. No ordinário dos dias comuns
eu vejo a mão de Deus. Por isso, sou grato pela beleza dos dias comuns.
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