Nesse momento em que adultos e crianças têm
convivido em tempo integral, é importante
enxergar que brincar é uma forma de conexão
e expressão da criança. É a linguagem que ela
utiliza para interagir com o mundo.
Nesse sentido, o brincar livre (aquele que não é
conduzido ou sugerido pelo adulto) tem uma
grande potência. Criar brincadeiras é algo que
permite que a criança busque recursos
internos, expresse suas emoções e interaja
com o mundo que está diante dela, afirma
Maíra Gomes.
Pensando nisso, a neuropsicóloga Tatiana
aponta diversas vantagens dessas brincadeiras
para o desenvolvimento da criança: estimula a
imaginação, ludicidade, criatividade,
coordenação motora, resolução de problemas,
raciocínio lógico, percepção corporal.
Brincar também faz bem para os pais
Esse exercício é essencial não só para o
desenvolvimento das crianças, como também
para a saúde mental dos adultos. Muitos pais
também estão cada vez mais cansados e
estressados nesse período e ainda assim se
sentem na obrigação de entreter a criança.
Porém, para uma relação saudável e recíproca
com seu filho, a pedagoga convida os pais a
pensarem no que gostam de fazer e dividir
esse momento com as crianças. É importante
encontrar algo que faça sentido pra criança,
mas que também seja prazeroso para o adulto.
De repente, o brincar está muito mais em
fazer uma receita de bolo junto, com
entusiasmo, alegria, presença e conexão, do
que todo aquele tempo que você senta com
uma boneca no colo e interage com a criança
porque se sente na obrigação, mas mal pode
esperar a hora de se ver livre dali, explica.
Como ter uma convivência saudável nessa
quarentena?
Para além das brincadeiras, a neuropsicóloga
Tatiana afirma que também o convívio familiar
saudável não consiste apenas em seguir uma
rotina em casa, mas também em saber lidar
com o tédio e o ócio.
Ao contrário do que muitos pais pensam, o
"ficar sem fazer nada; também é importante
nesse cenário.
A rotina funciona como um sinalizador do que
vai acontecer no dia e traz para todos a
sensação de controle. É importante os pais
deixarem as crianças participarem da escola e
das atividades e saber flexibilizar os horários
conforme a necessidade da casa, explica
Tatiana.
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