Um volume cada vez maior de pesquisas confirma que o bem-
estar emocional e psíquico – também chamada de felicidade –
tem um grande impacto no organismo. Um novo estudo
publicado na revista acadêmica “Psychological Science” indica
que intervenções psicológicas, presenciais ou on-line, com o
objetivo de estimular autoestima, contentamento e disposição,
produzem efeitos positivos na saúde física. “Trabalhos anteriores
já haviam mostrado que pessoas felizes tendem a apresentar
melhores indicadores cardiovasculares e respostas do sistema
imunológico. O que nossos testes sugerem é que aumentar o
bem-estar psicológico beneficia a saúde física inclusive de
adultos saudáveis”, afirmou Kostadin Kushlev, professor do
departamento de psicologia da Universidade de Georgetown.
Ao longo de seis meses, Kushlev e colegas de outras duas
universidades (Virgínia e British Columbia) analisaram os efeitos
de tais intervenções para melhorar o bem-estar psíquico de 155
adultos com idades que variavam entre 25 e 75 anos, sendo que
nenhum deles estava hospitalizado ou fazia qualquer tratamento
médico. Uma parte do grupo frequentou um programa de 12
semanas com práticas para atingir um estado de maior satisfação
consigo mesmo. O restante não realizou qualquer atividade
especial. Nas três primeiras semanas, os participantes eram
estimulados a identificar seus valores, forças e objetivos. Nas
cinco semanas seguintes, os exercícios focavam em controle
emocional e mindfulness – e também ajudavam as pessoas a
identificar padrões de pensamentos negativos. As quatro
semanas finais eram dedicadas a ensinar técnicas para cultivar a
gratidão, investir em interações sociais positivas e se engajar na
comunidade.
O treinamento, chamado “Fazendo a felicidade durar e dando
continuidade ao aprimoramento pessoal”, não incluía nenhum
módulo com o propósito de divulgar hábitos saudáveis, como
dieta alimentar, fazer exercícios ou sono de qualidade. Três
meses depois, os pesquisadores fizeram uma avaliação dos
envolvidos no estudo: os que haviam participado do programa
relataram um bem-estar mais elevado; além disso, tinham
adoecido um número menor de dias. O fio condutor do
experimento era reconhecer que a sensação de estar bem vem
de dentro, ou seja, não adianta buscar a felicidade fora, porque
ela é praticamente uma escolha pessoal que não depende tanto
dos outros. É claro que ninguém está imune a eventos
desagradáveis e até trágicos, onde se vai enfrentar a tristeza e o
luto, mas encontrando forças para depois seguir em frente.
(Fonte: Globo.com)
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